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"AGENTES DA PRM QUE BALEARAM CRIANÇAS DEVEM SER DETIDOS... & NÃO ACEITO RESULTADOS ELEITORAIS", DIZ MUCHANGA



Na manhã desta quinta-feira, o deputado António Muchanga participou do programa 6 às 9, da TV Sucesso, para comentar a situação atual em Moçambique. Muchanga começou por afirmar ter conhecimento de pessoas detidas durante as manifestações e apelou ao Ministro do Interior, Pascoal Ronda, que liberte os manifestantes presos.

Muchanga defendeu que o Ministro do Interior detenha e leve à justiça os agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM) que, sem necessidade, dispararam contra pessoas. Para o deputado, as reações da população foram uma resposta às ações da polícia.

Após as eleições presidenciais de 9 de outubro, António Muchanga esteve ausente da mídia, mas esclareceu que não está desaparecido. Este afirmou que, na verdade, as emissoras é que deixaram de convidá-lo para debates.

Reflectindo sobre a situação política actual, Muchanga descreveu as eleições deste ano como uma “calamidade política”, e denuncia supostas fraudes. Muchanga afirmou que houve irregularidades graves, incluindo o bloqueio de delegados de candidatura no processo de votação. No entanto, avança que uma pessoa foi detida por manipulação de votos durante a votação.

Renamo perdeu as eleições presidenciais?

Em resposta, Muchanga garantiu que o seu partido, a Renamo, não perdeu as eleições para o partido Podemos, não aceita os resultados eleitorais apresentados pela Comissão Nacional de Eleições CNE. O político afirmou que, segundo suas estimativas, a Frelimo teria conquistado no máximo sete assentos na Assembleia da República. O deputado defende a justiça eleitoral, alegando que os resultados apresentados não reflectem a vontade popular e que novas eleições, com transparência, são necessárias e ainda declarou que, no ano passado, venceu as eleições, mas foi impedido de governar para evitar confrontos.

Sobre o resultado das eleições, Muchanga disse que, caso o suposto vencedor das eleições não lhe permitam governar, será considerado vendedor dos votos. Quanto à sua própria eleição como deputado, informou que ainda não recebeu os resultados oficiais, mas defendeu a anulação do pleito e a realização de um novo processo eleitoral. Em relação à possibilidade de não renovar seu mandato, afirmou que não seria o primeiro a ficar de fora e que a Assembleia da República continuará funcionando em sua ausência.

Qual é a relação atual de António Muchanga com Venâncio Mondlane?

Ao ser questionado sobre a relação com Venâncio Mondlane, Muchanga explicou que tiveram três fases de convivência: inicialmente, quando Mondlane não era politicamente activo no Movimento Democrático de Moçambique (MDM); depois, quando Mondlane se filiou à Renamo; e, por último, quando deixou o partido para seguir seu próprio caminho. Desde a saída de Mondlane, os dois não mantêm contacto, mas Muchanga afirmou que ambos participam das manifestações.

Encerrando a entrevista, António Muchanga criticou a actuação da PRM, especialmente em relação ao episódio envolvendo Manuel de Araújo, afirmando que a polícia demonstrou falta de confiabilidade e condenou os “excessos” policiais e justificou a destruição da fronteira de Ressano Garcia pela população como resposta à atuação inadequada da PRM. Muchanga lembrou que o direito à manifestação é legítimo e apelou ao Comandante-Geral da Polícia da República de Moçambique, Bernardino Rafael, que se limite ao seu gabinete, pois suas declarações estariam agravando o clima entre os manifestantes.


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