
O Presidente da República, Daniel Chapo, reiterou, esta quinta-feira, a partir do distrito de Mutarara, na Província de Tete, a necessidade de se cultivar a paz, o amor ao próximo e o diálogo como pilares fundamentais para o desenvolvimento e a coesão nacional.
Num comício popular inserido na sua visita de trabalho à região, o Chefe do Estado condenou as manifestações violentas que abalaram algumas zonas do país e apelou à participação activa e pacífica de todos os cidadãos no processo de diálogo nacional inclusivo.
“Num tom pedagógico, o estadista exaltou os progressos alcançados desde a independência nacional, sublinhando que ‘durante estes 50 anos da nossa independência, houve muitas realizações’. Reagindo às vozes críticas que questionam os ganhos do país, o estadista foi categórico: ‘há pessoas que aparecem a dizer que durante estes 50 anos não se fez nada. Não é verdade. Ainda falta muita coisa para fazer, mas também fez-se muita coisa’”, adianta o comunicado da Presidência da República
O Presidente da República recorreu a exemplos locais e históricos para ilustrar o percurso de Moçambique. “Aqui em Mutarara, onde estamos, não havia nem um médico sequer, nem um enfermeiro sequer. Quando fomos independentes, em 1975, médicos moçambicanos, do Rovuma ao Maputo, não chegavam cinco. Hoje […] ninguém sabe dizer quantos médicos temos aqui em Tete, para não falar Moçambique”. Também destacou o avanço na electrificação: “Hoje que estamos a falar, todos os distritos da província de Tete têm energia eléctrica. Todos os distritos de Moçambique têm energia eléctrica”.
Ainda de acordo com o comunicado da Presidência da República, Chapo apontou ainda progressos significativos na educação. “Quando ficámos independentes em 1975, 97 por cento da população moçambicana não sabia ler, nem escrever. Hoje, a maioria do povo moçambicano sabe ler e escrever.” Acrescentou que o país passou de uma única universidade para mais de 50 instituições de ensino superior.
“Apesar dos avanços, o estadista reconheceu que subsistem desafios, entre os quais a transparência na distribuição da ajuda alimentar em tempos de escassez e fome. Referindo-se a queixas da população de Mutarara, afirmou: ‘Vamos trabalhar para haver transparência na distribuição das coisas que são para o povo.’ Apontou igualmente para a necessidade de melhorar a gestão do Fundo de Desenvolvimento Local, garantindo que os recursos cheguem efectivamente aos que mais precisam”, pode-se ler no comunicado da Presidência da República.
O Chefe do Estado aproveitou a ocasião para repudiar veementemente a violência nas manifestações pós-eleitorais, elogiando o comportamento cívico dos jovens de Mutarara, que se distanciaram de actos destrutivos. “A violência, o ódio, não constroem, só destroem”, alertou, acrescentando: “na política não existem inimigos, existem adversários.”
Outrossim, lamentou o histórico de violência eleitoral no país, observando que “desde 1994, o país nunca teve eleições pacíficas”.
Criticou a postura de actores políticos que, segundo ele, planificam manifestações antes mesmo do anúncio dos resultados. “Nunca houve uma única eleição sequer que terminou e aquele que perdeu reconheceu, ligou para o vencedor, desejou parabéns”.
No encerramento do comício, Chapo reforçou a importância do diálogo inclusivo, lembrando que o Executivo está empenhado em liderar este processo com partidos representados nos diferentes níveis do poder legislativo e não só.
Chapo ainda apelou à unidade nacional e ao envolvimento activo da população na construção de um futuro comum: “Vamos construir Moçambique, vamos construir Tete, vamos construir Mutarara, e não destruir Moçambique com discursos de ódio, violência”.
0 Comentários